Librarian@2010: Dia 3 (a)

By | 21 de Setembro de 2007

O desenvolvimento e aprendizagem permanente é absolutamente necessário mas é necessário saber para onde seguir. Os para-profissionais presisam de ser incentivados a aprendizagem permanente, os profissionais também, e mesmo a docência e a investigação. Para isso é necessário incentivos, não necessariamente financeiros, talvez a la Herzberg… mas falta uma direcção para tudo isto. A academia e muitos profissionais desenvolvem conforme os ventos dos subsídios de investigação, ou a rapidez de chegada à publicação do artigo.

E tudo isto é para ser feito não em benefício dos Bibliotecários ou dos Professores mas bos utilizadores dos nossos serviços… é difícil!!!

Librarian@2010: Dia 3

By | 21 de Setembro de 2007

Ian M. Johnson, Aberdeen Business School, The Robert Gordon University, UK falou de vários modelos de acreditação e das vantagens e desvantagens entre eles, uma vez aplicados a bibliotecários ou ao que aqui se chama em Inglês , os para-bibliotecários (ou para-profissionais)… uma área muito descuidada por muitos sistemas nacionais e supranacionais de formação e acreditação.

Nunca pensei que isto fôsse para alguns uma coisa tão piramidal.

A experiência britânica e a experiência francesa, exposta pela oradora anterior (Mireille Lamouroux, University of Paris 8, Paris), são muito interessantes e importantes, no entanto tão diversas que não consigo ver como as consiliar num corpus pan europeu que não seja fortemente resistido por qualquer um dos dois países ou dos restantes parceiros europeus.

Outra coisa falada durante o debate, para incentivar o desenvolvimento curricular e académico dos profissionais (que é sem sombra de dúvida necessário), foi o modus operandi de algumas associações que usam pontos e ‘denominações’ cada vez mais pomposas (desde associate até fellow)… o aque me parece um sistema de "cenoura" possível…

O sistema de acreditação/avaliação de portofólios pessoais seria também interessante.

INCITE @ Librarian@2010

By | 20 de Setembro de 2007

O estudo "Towards a new model of LIS competences management in Portugal: implications for the praxis and academia studies", da autoria dos membros da direcção da INCITE, Paula Ochôa e Leonor Gaspar Pinto  está já disponível online no sitio da INCITE.

Chamo a atenção para:~

The question also fits with the idea that many Portuguese LIS courses are locked into an
expected low skills equilibrium, involving the area of vocational education and
training and related to institutional and national regulatory frameworks.

Realce das autoras.

There are three inter-related elements to this equilibrium:

  1. Relatively poor investment in management skills. This makes it difficult for
    academia to innovate in terms of moving the strategic and educational focus
    from the reproduction of core skills of the profession to high specification skills
    that guarantee employability in work markets.
  2. The pattern of labour market demand tends to favour traditional skills.
  3. Insufficient development of LIS studies levels. Without academic levels such as
    masters and doctoral studies, Portuguese librarians have few incentives to
    upgrade their skills. This situation is sustainable because there is still a lack of
    strong commitment of professional groups of leading LIS professionals to goals
    of high level skill formation

Notes from Fernanda Ribeiro: How can you study the relation between practicians and academia if there is no Portuguese LOIS academia? Only one LIS undergraduate course adopted the Euro Referencial? How can we have have a Maters couse if there are no Doctorates to teach them?

Notes from Dr. Pina Falcão: Where there recomendations about conditions (human and ambient) to the IEPF guidelines? We trained more than 5000 support staff since the 199?… how come the government never contacted us?

Web 2.0 em falta na formação LIS.

By | 20 de Setembro de 2007
Competecias Exemplos Traditionais Exemplos Biblioteca 2.0
Familiaridade com os conceitos CD-ROM, Network, ISDN, DSL RSS, Atom, Ajax, Tagging
Desenho de Sistemas de Informação Library MS(?), Parsers, Macros Wiki, Blog, Google Lab
Desenvolvimeto de Aplicaçãoes Bases de dados, CMS, HTML Google Maps, RSS, Tagging
Programação SQL, Java, Javascript, CGI, ASP XML, Ajax, Mashups
Publicação e edição CD-ROM, documentos impressos, PDF Publicação Elecrónica (e-prints), Publicação Multimedia, Sindicação de conteúdos
Desenvolvimento Web HTML, CSS Desenvolvimento, organização e design de Blogs , Mashups, Social tagging
Uso de serviços internet Search engines, catálogos, agentes Criação e sindicação de conteúdos: blogs, wikis, feeds readers, alerts, tagging, etc.
Gestão de de serviços internet Web, ftp serviços específicos: youtube, flickr, …
Criação de produtos Intranet, CD-ROM, revistas impressas Google maps, pesquisa em motores com tagging, e-print
Data processing Gestão de serviço de e-mail, compressão de ficheiros, desenho de formulários, uso de sistemas operativos. Criar e gerir um blog ou wiki, Publicação de onteúdos multimédia, desenho de sistemas de troca de informação, uso de aplicações web read/write.

A devida vénia a José Angel Martínez Usero, Universidad Complutense de Madrid  e Isabel Sousa, Biblioteca Municipal de Espinho. Desculpem a tradução apressada em cima do joelho.

Acho que é um bom mapa mas há mais. Como disse noutro artigo faltam algumas outras tecnologias XML.

Por outro lado não é precisamente o mesmo mapa em que de vez em quando trabalho voltado para quais as competências do Euro Referencial que são expressas e desenvolvidas pelo uso de cada uma das várias ferramentas web 2.0. Tenho de acabar e publicar esse documento. Deve ser interessante comparar as referências.

Librarian@2010: Paul Sturges, coordenador da FAIFE da IFLA

By | 20 de Setembro de 2007

Moderador: Andrew Cranfield, ultímo coordenador NPDG da IFLA e agora EBLIDA

Paul Sturges é uma pessoa com grande historial e gosta de andar contra a corrente. O seu envolvimento na IFLA passa por um dos lugares mais espinhosos onde se analisa as reacções locais dos bibliotecários dinamarqueses ao problema dos cartoons do Profeta e em que medida a IFLA se deve ou não envolver na divulgação das medidas ali adoptadas.

O que trás Paul à discussão? se Mobilidade é a enpregabilidade independente da posição geográfica, se Flexibilidade é a empregabilidade independente da Classificação de Actividade Económica do empregador… é a mibilidade e flexibilidade atingível fazendo um percurso académico baseado em LIS? É tal coisa sequer desejável?

É um curriculo LIS amerciano ou Europeu apropriado a uma nação africana onde independentemente da qualidade da ficha catalográfica é possível que o público local não tenha um livro em casa (aliás cubata) ou sequer uma mesa onde o pousar se o tivesse? É ou não lícito aos Italianos forçar o tratamento de livro antigo nos seus curricula LIS face ao facto de 90% das biboiotecas em Itália terem colecções de pelo menos dezenas (quando não centenas ou milhares) de livros nessa categoria?

É necessário pensar muito no que é comum, e o que é transversal à prática de LIS (e a um potencial curriculum ) não tem qualquer diferença com o curriulum de Ciências da Informação [neste último simplesmente não se pronuncia a palavra "Biblioteca"]), mas é necessário não esquecer o que é local.

Ainda sobre: “Strategies to integrate new Library 2.0 concepts and related technologies into LIS education and practice “

By | 20 de Setembro de 2007

"Strategies to integrate new Library 2.0 concepts and related technologies into LIS education and practice " apresentação por José Angel Martínez Usero, Universidad Complutense de Madrid  e Isabel Sousa, Biblioteca Municipal de Espinho.

Alguém ontem disse que em 1980 lhe disseram COM TODA A CONVICÇÃO: "As bibliotecas estão moribundas".

A pessoa que o disse afirmou para espanto da audiência presente: "E efectivamente já morreu"… depois de nos deixar respirar duas vezes completou: "A biblioteca de 1980 está morta"

Acho que a frase está muito bem apanhada e levo a idéia ainda mais longe: a biblioteca de 1980 está morta, a de 1990 também, até talvez a de 2000 já esteja moribunda.

Deus sabe que ao entrar na Universidade ninguém tem a mais pequena idéia de qual o emprego a que poderá aceder quando completar os três anos do ciclo de estudos de Bolonha. Uma coisa é hoje em dia 90% certa: o emprego que terá 10 anos depois de sair da universidade ainda não existe hoje.

Juntemos agora as duas coisas: A biblioteca para a qual o Euroreferencial foi criado já não existe: ou melhor: a biblioteca existe, mas as competências concretas que materializam as competências gerais já não são as mais apropriadas.

É o problema de encontrar referências, por exemplo no programa de CTDI a z39.50 e não encontrar referências a SRU/SRW e OAI-PMH. Encontro referências a HTML mas não a wikitags, a FrontPage mas não a blogger. Algumas competências, que na altura nem tinham materialização especificada, são agora traduzíveis em wikis, blogs, mashups, etc. Outras das competências eram "necessárias" na altura mas estão já embutidas no tecido social; por exemplo o euroreferencial não diz nada sobre saber ler e escrever, saber usar caneta e lápis; não faz também sentido em 2007 dizer que o profissional LIS deve saber usar email. Seria aliás mais estratégico, hoje, dizer que o bibliotecário deve saber comunicar por IM. Não porque é a "coisa do momento" per si, mas porque é a "coisa do momento" utilizada por uma gigantesca percentagem dos seus públicos.

A "biblioteca" existe porque o problema que resolve continua a existir, o objecto epistemológico do seu problema ("informação") continua a existir mas noutro suporte ("digital" vs "papel"), as respostas e as ferramentas que usa e tem à disposição é que são diferentes.

Para qualquer empresa o plano estratégico, que é o que o EuroReferencial é, tem um prazo alargado. Os planos operacionais, são anuais e variam conforme as  necessidades específicas de oferta e procura de produtos. É nesta prespectiva que acho defensável que os curricula sejam adaptados todos os anos a novas necessidades e se possível devem ser aplicados correctivamente e retroactivamente à massa estudantil ainda sob a alçada pedagógica dos cursos.

Não posso continuar a deixar passar o facto de que, em termos de ferramentas e mesmo de competências genéricas, muitos cursos superiores de LIS (Licenciaturas, pós-graduações e mestrados) estarem ainda orientados para a Bilbioteca de 2000 (quando não para a de 1990 e 1980).

Estamos em 2007 e os que entram hoje atingirão o mercado de trabalho com uma licenciatura em 2010. É para a biblioteca de 2010, na medida em que ela seja antevisível hoje, que temos de preparar os licenciados.

Temos talvez de investigar se ainda temos assim tantas bibliotecas "1980-1999" que continue defensável manter a formação dirigida a pereencher as necessidades laborais delas. E se temos muitas dessas bibliotecas devemos talvez considerar se seria conveniente injectar um pouco de mentalidade "2010" para as actualizar.

Haverá aqui um problema de definição de "cliente" dos cursos LIS (talvez um mission statement se seguirmos o vocabulário de planemento estratégico). Será o computo nacional de bibliotecas, arquivos e serviços de documentação? Será o meta-conceito "biblioteca" como sistema de informação? Será a sociedade? Serão os valores que a Biblioteca e os bibliotecários trazem, representam e mantêm vivos na sociedade (e nesse caso o cliente é uma certa idéia de sociedade livre e democrática)?

Independentemente da natureza do cliente não é com "bibliotecas" 1980 que vamos conseguir servir o cliente 2010… o cliente que é servido pela biblioteca 1980 é o cliente 1980 e está a agora com 50 anos. As bibliotecas que não abandonem o paradigma 1980 estão condenadas a morrer com os seus clientes… é a entorpia natural do universo. Parece pois forçoso que se pense em formar bibliotecários para a biblioteca 2010.

Neste sentido há necessidade de um diálogo entre a prática profissional, a investigação e o ensino de LIS. É para isso que este encontro/conferência ocorre… Onde raio então estão os praticantes, os investigadores e os professores coordenadores deste país?!

Librarian@2010:The urban library program: integrating learning and work

By | 19 de Setembro de 2007
UrbanLibraryProgram

Uma apresentação ("The urban library program: integrating learning and work") ainda mais interessante e muito apaixonada de Mary M Wagner e Deborah Willms sobre os seus esforços para arranjar técnicos auxiliares de biblioteca que permitissem que a rede de bibliotecas tivesse uma cara representativa da comunidade que devia estar a usar a dita rede.

Portugal é um paós mais ou menos homogéneo, mas pergunto-me se não haverá bibliotecas a precisar de começar a servir as populações migrantes chinesas, lituanas, romenas, que habitam nas suas áreas de influência e que pagam muitas vezes impostos… É para essas pessoas a biblioteca um serviço acolhedor ou mais uma "casa dos locais"? Este programa