Michael Habib e a Biblioteca Universitária 2.0 /and Academic Library 2.0

By | 8 de Fevereiro de 2007

Chegou à minha atenção que Michael Habib estava interessado na tradução do meu post sobre a sua tese de mestrado. Acho que as melhores traduções são as feitas pelos autores… Aqui vai:

It has came to my attention that Michael Hibib was interested in a translation of my post about his master thesis. I believe the best translations are those done by the authors themselves, so were it goes:

Em tempos passou-me isto pela cabeça sobre a pujança de alguns bibliotecários, jovens, que perante a avalanche de desafios colocados pela Internet: “E daqui a  mil anos dirão que esta foi a sua melhor hora” que corresponde a uma daquelas frases lapidares de Churchill ao parlamento durante a Segunda Grande Guerra quando tudo parecia negro.

It has crossed my mind, many times, how much the energy and inventiveness of young librarians in response to the torrent of challenges Internet places in our collective path, makes me remember the words of Winston Churchill during WWII when everything seemed bleak: “this was their finest hour

Dizia eu também, num trabalho ainda à pouco apresentado (Cadê a nota?), que não estava ainda a tinta seca na definição de Web 2.0 já se pregava o advento da Biblioteca 2.0.

In a paper I recently presented (Where is the grade [Both teachers seem to follow this blog] I noted how extraordinary it was that the ink on the Web 2.0  concept was not even dry [half a billion refreshs in the memory chip’s] when someone advanced the rise of the Library 2.0 concept

Não só isso, mas mal tinha passado um ano sobre a génese da ideia Biblioteca 2.0, quando na School of Information and Library Science da University of North Carolina at Chapel Hill foi defendida uma tese de mestrado intitulada: Toward Academic Library 2.0: Development and Application of a Library 2.0 Methodology.

Again, barely one year has passed since the genesis of the Library 2.0 idea and already a masters thesis was defended at the School of Information and Library Science of the  University of North Carolina at Chapel Hill with the title: Toward Academic Library 2.0: Development and Application of a Library 2.0 Methodology.

Do resumo:

From the Abstract:

Recently, librarians have struggled to understand their relationship to a new breed of Web services that, like libraries, connect users with the information they need. These services, known as Web 2.0, offer new service models, methods, and technologies that can be adapted to improve library services. Additionally, these services affect library users’ information seeking behaviors, communication styles, and expectations. The term Library 2.0 has been introduced into the professional language of librarianship as a way to discuss these changes. This paper works to establish a theoretical foundation of Library 2.0 in academic libraries, or Academic Library 2.0.

Tradução livre:

Free Translation:

Recentemente, os bibliotecários têm-se debatido para compreender a sua relação com uma nova estripe de serviços Web que, tal como as bibliotecas, ligam utilizadores com a informação que necessitam. Estes serviços, conhecidos como Web 2.0, apresentam novos modelos de serviço, métodos e tecnologias que podem ser adaptadas para a melhoria de serviços de bibliotecas. Mais ainda, estes serviços afectam o comportamento informacional dos utilizadores de bibliotecas, seus estilos de comunicação e suas expectativas. O termo Biblioteca 2.0 foi introduzido na linguagem profissional da biblioteconomia como um meio para discutir estas mudanças. Este trabalho procura estabelecer uma fundação teórica da Biblioteca 2.0 em bibliotecas universitárias, a Biblioteca Universitária 2.0.

O autor deste trabalho chama-se Michael Habib, e forma-se como Master of Science in Library Science.

The author’s name is Michael Habib, and the degree sought is Master of Science in Library Science.

A tese pode ser consultada em http://hdl.handle.net/1901/356 (Procurar o link para o PDF )

The paper can be read at http://hdl.handle.net/1901/356 (Search for the PDF link)

Pelas reações (ALA TechSource | The Academic Library 2.0 Model: An ALA TS Blog Interview with Michael C. Habib, blyberg.net » Stephens on Habib: A quiet revolutionary, Tame The Web: Libraries and Technology: Michael Habib on Academic Library 2.0 entre outras) que tenho visto na biblioblogosfera  não hesito em partilhar das opiniões de muitos que este trabalho é seminal na biblioteconomia do século XXI (e o Dr. Habib ainda é bem jovem).

By the reactions (ALA TechSource | The Academic Library 2.0 Model: An ALA TS Blog Interview with Michael C. Habib, blyberg.net » Stephens on Habib: A quiet revolutionary, Tame The Web: Libraries and Technology: Michael Habib on Academic Library 2.0 among others) I’ve seen in the biblio-glog’osphere I have no doubts in sharing the opinion of many that this might be a seminal work on librarianship for the 21st century (and Dr Habib is still quite young).

Teria ainda melhor nota se tivesse dado com ele mais cedo… a proposta de definição é muito simples e concisa:

I might even have had a better grade [in my own paper] if I had found this paer earlier, and quoted his own definition of Library 2.0, very simple and concise:

Library 2.0 describes a subset of library services designed to meet user needs caused by the direct and peripheral effects of Web 2.0.

Tradução livre:

Free Translation

Biblioteca 2.0 descreve um sub conjunto dos serviços de informação prestados por bibliotecas, desenhados para preencher as necessidades informacionais dos utilizadores, causadas pelos efeitos directos ou indirectos da Web 2.0.

 O que corresponde quase a 100% com a perspectiva Biblioteca 2.0 que propus no meu trabalho.

Which corresponds, almost 100%, with my own perspective of Library 2.0, that I advanced in my paper [See the slide show part of the paper on o bibliotecário 2.0 (β): Programa de Formação WEB 2.0 [Slide 10 has my own wording of the defenition]].

Sou mesmo estúpido…. ao fim de 3 anos percebi (a estudar para ALD III)

By | 4 de Fevereiro de 2007

Estúpido do Weinberger, e estúpido de mim por não ter pensado nisto antessmile_baringteeth: Claro que a CD Dewey é etnocêntrica… e a LC também… e a CD Universal também… e a BIC V1, V2.1 e V2 também!!! Todas as taxionomias são etno-cêntricas!

TÊM SE SER ETNOCÊNTRICAS por todas as definição de boa prática de indexação e classificação! Todas são feitas com o utilizador do serviço que se praticam em mente!

Porque é que Dewey havia de dar espaço aos hindus acima da casa decimal? Quantos hindus havia a utilizar as bibliotecas públicas norte-americanas no fim do século XIX?

Caro que a homossexualidade está nalgumas versões da LC (ou da CD Dewey) em Patologias Criminais. De certeza que nas alturas em que essas edições saíram do prelo essa era a opinião estabelecida nas comunidades em que era aplicada! smile_nerd

São essas classificações ainda úteis nos tempos hodiernos às sociedades que usam as bibliotecas em que elas se praticam? Talvez as folksonomias sejam a última solução: a cada um a sua classificação daquilo que lhe interessa? smile_sad

Afinal uma folksonomia é o etno-centrismo às ultimas consequências: o egocentrismo taxionómico absoluto!!! A perfeita loja em que apenas há os números que vestimos…smile_teeth

 Mas defender folsonomias por oposição a taxionomias é absurdo: é dizer que o egocentrismo é melhor que o etnocentrismo… Não é dizer que o único utilzador  que interessa somos cada um de nós?smile_thinking

The World Is Flat – The ClassRoom is Flat – The Library in a Flat World

By | 4 de Fevereiro de 2007

Numa das aulas do Prof Azevedo em Berkeley ouvi-lhe uma coisa extraordinária a que não parece ter dado grande importãncia:

Falava ele de como o uso das ferramentas sociais tornava a sala de aula Plana/Flat, de como pelo uso de blogues, foruns, wikis, a sala de aula perdia o paradigma industrial de fila atrás de fila, em que cada aluno está cada vez mais distante do professor, num enorme circulo em que cada aluno está na primeira fila, em que cada aluno está a igual distância do professor, e (magia do virtual) cada aluno é colega do lado de todos os outros. Falava ele de como, quase que por magia, a sua adopção destas ferrametas tinha revitalizado o seu gosto pela docência, porque esse gosto é consequencia directa para qualquerbom pedagogo, do gosto demonstrado pelos alunos ao aprender.

Achei a visão deliciosa e da próxima vez que me perguntarem porquê blogues nas actividades pedagógicas, esta é a primeira que lanço para a arena. Acho que nem Ann Clyde tinha documentado esta faceta com esta simplicidade e transparência.

Mas o mais engraçado é que a minha mente saltou imediatamente para a possibilidade de aplicar o mesmo teorema na Biblioteca. E aplica-se maravilhosamente bem: a biblioteca precisa de ferramentas sociais poderosas que permitam que cada municipe, aluno, funcioário, enfim cada utilizador real/potencial, seja o seu vizinho do lado. Cada biblioteca tem de descer da colina e colocar-se ao nivel do resto dos utilizadores, na planicie. Num mundo plano as pessoas desconfiam de lugares altos. Aliás, as coisas em lugares altos estão a passar de moda.

Não admira que o Weinberger achasse que os bibliotecários se armam em “Guardiões do Conhecimento” da mesma maneira que outros se armam em guardiões do Caminho para Deus. Nunca mais me esqueco da indignação que senti quando esse slide apareceu na apresentação dele numa Online em Londres à uns anos. Mas a verdade é  que visto de baixo e de fora a diferença entre um templo e uma biblioteca é muito pouca.

Não somos porteiros de nada porque as paredes informacionais se foram. E as económicas estão a ir.

Ficar cá em cima, apenas faz com que o grosso do mundo ache mais fácil passar ao lado.

E eles passam ao lado.