Redefenindo o Profissional de Informação Documentação

By | 11 de Agosto de 2009

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No Align’09 da SLA foram experimentadas várias job descriptions/word associations representativas das funções prestadas por profissionais de Informação-Documentação. Note-se a fraca representatividade  e intensidade dada a “Bibliotecários Especializados”.

Por outras palavras: quando se diz o que fazemos, quase ninguém liga essas “funções / valor acescentado à organização” com o termo “biliotecário”. O inverso, pelo que depreendo do estudo,

Definindo associações da Informação-Documentação: Align’09 da SLA

By | 11 de Agosto de 2009

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A Special Libraries Association (Associalção de Bibliotecas Especializadas (em Português abrange também o conceito de Centro de Documentação)) fez um inquérito às profissões praticadas pelos seus associados e os resultados foram de tal maneira fora do esperado que um dos resultados do estudo é a alteração de nome da própria associação para “Associação dos Profissionais do Conhecimento Estratégico”!

A SLA perguntou não só aos seus profissionais o que faziam e como se denominavam as suas funções, mas foi mais longe e perguntou a pessoas fora do ramo quais as profissões com que relacionavam essas funções.

Tendo sido fundada à 100 anos, a SLA não é avessa á evolução tecnológica e ao seu impacto na profissão de Bibliotecário Especializado.  Mas a necessidade de adoptar uma posição e referencial voltado para a reafirmação do valor que os profissionais, seus associados, acrescentam às organizações em que trabalham é patente. Para isso a SLA quer que os Bibliotecários deixem de usar descritores de funções e passem a adoptar definições em termos do valor, benefício e impacto nas suas organizações, de preferência que validem o ROI estratégico dos profissionais da gestão de informação e bibliotecários.

Para realinharem a associação com o mercado e os profissionais a SLA lançou o projecto Align’09 partindo das seguintes  permissas: Alinhamento é uma disciplina que orienta o modo como uma organização pensa, age e comunica; Alinhamento focaliza uma visão coesa sobre quem o profissional é , o que defende e o que desempenha; Alinhamento permite comunicar com clareza, credibilidade e consistência.

Do estudo resultaram as seguintes alterações:

Declaração de Princípios:

  • [SLA] is an international community and the leading voice for the advancement of the information profession.
    [A SLA] é uma comunidade internacional e a principal voz para o avanço das profissões da informação
  • We empower members to achieve professional success within their organizations by providing continuous learning opportunities.
    Nós delegamos poder nos membros para alcançarem sucesso profissional no seio das organizações pela continua oferta de oportunidades de aprendizagem
  • We create a culture of knowledge sharing through global networking to exchange information, innovative ideas, insights and trends.
    Nós criamos uma cultura de partilha de conhecimento através de uma rede global para a partilha de informação, ideias inovadoras, insights e tendências
  • We champion the value of information professionals as critical assets who provide value-added intelligence that facilitates good decision-making and creates competitive advantage for organizations.
    Nós defendemos o valor dos profissionais da informação como activos críticos que fornecem mais valias de intelligence que potenciam a tomada de boas decisões e criam vantagens competitivas para as organizações.

Visão:

  • [SLA] leads the information profession into the future by promoting its members as invaluable assets to their organizations. We will continually empower our members to be knowledge leaders who actively contribute to and drive the success of their organizations.
    [A SLA] orienta a profissão para o futuro promovendo os seus membros como activos valiosos para as suas organizações. Continuaremos a potenciar os nossos a tornarem-se lideres do conhecimento que contribuem activamente para e ‘propulsionam’ o sucesso das suas organizações

Missão:

  • [SLA] serves as the unified voice for the information profession, advocating its value, promoting best practices, creating knowledge sharing and global networking opportunities, and empowering members to become critical assets within their organizations through continuous learning.
    [A SLA] serve como voz unificada para a profissão, advogando o seu valor, promovendo as melhores práticas, criando oportunidades de partilha de conhecimento e redes de contactos a nível global, e potenciando os seus membros a tornarem-se activos imprescindíveis nas suas organizações por aprendizagem e formação continua

Valores Nucleares:

  • Liderança:
    Ensuring that organizations have access to the information, insights and trends that facilitate good decision-making and create competitive advantage.
  • Orientação a resultados e avaliação:
    Saving organizations time and money by providing value-added intelligence that is accurate, reliable and relevant.
  • Serviço:
    Delivering expert information to our organizations in a timely, accessible and convenient manner.
  • Formação Contínua e Desenvolvimento Profissional:
    Providing continuous learning opportunities to discover and master emerging technologies, develop leadership skills, and achieve professional success.
  • Partilha de Conhecimento e Colabolação:
    Leveraging global networking opportunities to promote knowledge sharing and the exchange of information, innovative ideas, insights and trends.
  • Advocacy & Empowerment
    Serving as the unified voice for the profession, advocating its value, promoting best practices, and empowering members to become critical assets within their organizations.

Mensagens nucleares para uso pela profissão:

  • Knowledge Sharing
    Information professionals are accountable for gathering, organizing and sharing the right information for the best decisions. Information professionals further create a culture of knowledge sharing by educating colleagues on the best use of information sources.
  • Global Networking
    Through active global networking, information professionals promote the exchange of information, innovative ideas, insights and trends.
  • Vantagem Competitiva:
    Information professionals ensure organizations have the right information, insights and trends to make good decisions and gain competitive advantage.
  • Bottom-line Benefits
    Information professionals save organizations time and money by providing value-added intelligence that is accurate, reliable and relevant. We deliver expert information to our organizations in a timely, accessible and convenient manner.

Mensagens nucleares para a associação em si

  • Prof. development
    [SLA] provides members with continuous learning opportunities to explore and master emerging technologies, develop leadership skills and achieve professional success.
  • Global networking
    [SLA] is the only association in the world that serves the international community of information professionals. We create a culture of knowledge sharing through global networking to exchange information, innovative ideas, insights and trends.
  • Unified voice
    [SLA] serves as the unified voice for the information profession. We advocate its value, promote best practices, and empower members to become critical assets within their organizations.

Proposta de lemas para a Associação

  • “Turning information into Knowledge”
  • “Information. Insight. Advantage.”
  • “Smart information.

Definindo profissões da Informação-Documentação: versão francesa

By | 10 de Agosto de 2009

Seguindo um repto do Paulo Sousa, esta tarde no blogue A Informação, venho aqui tentar deixar os meus dois tostões de opinião sobre o assunto:

Primeiro que tudo o termo profissional da informação é polissémico e abarca vários significados sendo possivel encontrar tanto informáticos como jornalistas que se revêem nele.

O sentido em que eu o uso é o sentido dado pelo “2º termo” que gosto de usar associado: “documentação”

Este profissional pratica as mais variadas profissões, pois o termo profissional de infromação não serve para curriculos ou para anúncios de emprego:

Lembro aqui o estudo recente da ADBS, Le référentiel des métiers et fonctions em que são identificados 13 títulos de “empregos” que ocorrem em França e nos quais a Associação se revê:

  • Administrateur(trice) de systèmes d’informations documentaires
  • Assistant(e)
  • Bibliothécaire
  • Chargé de veille
  • Consultant
  • Documentaliste
  • Documentaliste audiovisuel
  • Iconographe
  • Knowledge manager
  • Professeur documentaliste
  • Records manager
  • Responsable de la documentation
  • Webmestre éditorial

Este estudo é bastante importate pois para cada uma das profissões são detalhadas as funções exercidas, as aptidões genéricas e os níveis de competência no EuroReferencial.

Só para dar uma idéia do âmbito do estudo os descritores preteridos, foram:  Administrateur(trice) de systèmes d’informations documentaires · analyste veilleur · archiviste d’entreprise · archiviste/records manager · assistant archives · assistant bibliothécaire · assistant documentaliste · assistant documentation · Assistant(e) · bibliothécaire · bibliothécaire spécialisé · bibliothécaire-documentaliste · business analyst · chargé d’études documentaires · chargé de veille · chargé(e) d’étude documentaire · chef de projet documentaire · chef de projet veille · conseil en documentation · conseil en organisation et système d’information · consultant en ingénierie documentaire · consultant en systèmes d’information · de documentation et/ou d’archives · directeur de bibliothèque · discothécaire · documentaliste · Documentaliste audiovisuel · documentaliste généraliste · documentaliste spécialisé (par exemple juridique, scientifique) ou dans un secteur d’activité (finances, culture, santé, presse…) · enseignant documentaliste · gestionnaire d’archives audiovisuelles · gestionnaire de documentation projet ou qualité · gestionnaire de documents · gestionnaire de fonds audiovisuel · gestionnaire de fonds photographiques · gestionnaire des connaissances · iconographe · info-manager ou manager de l’information et de la documentation · ingénieur conseil · knowledge manager · knowledge worker · mediathécaire · photothécaire · professeur documentaliste · recherchiste · Records manager · responsable d’archivage · responsable de bibliothèque · responsable de centre de documentation · responsable de centre de ressources documentaires et éditoriales · Responsable de la documentation · responsable de la documentation interne · responsable de ressources documentaires · responsable de service d’information · responsable ingénierie des connaissances · responsable knowledge management · sonothécaire · veilleur · veilleur documentaliste · vidéothécaire · Webmestre éditorial 

Noto que algumas destas profissões, presumem, segundo este estudo, quase duas mão cheias de competências do EuroReferencial a nível 4!

Acho que fica claro que as profissões de informação têm um valor real para a realização económica e cioentífica das sociedades desenvolvidas e dos seus actores individuais e colectivos, i.é: nós, profissionais, somos um dos motores de desenvolvimento das organizações para as quais trabalhamos.

Não somos, também, baratos de produzir ou de substituir. Se partirmos do princípio que quem foi treinado para qualquer nível 4 de competências do EuroReferencial também foi treinado para os níveis 1, 2 e 3, então ficamos caros em termos de experiência acumulada e em termos de formação específica,

Entrevista Newsletter CI: CTDI, LCI e a formação BAD/LIS

By | 10 de Agosto de 2009

Newsletter CI: Focando agora outro assunto, o Júlio frequentou o curso de Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação da ESEIG. Conhecendo as bases por que se rege a Licenciatura em Ciência da Informação da Universidade do Porto, considera que há diferenças substanciais entre os dois cursos? Regem-se estes por paradigmas diferentes ou sente que há uma grande aproximação entre ambos? Júlio dos Anjos: Não frequentei a Licenciatura em Ciência da Informação da Universidade do Porto pelo que não me sinto qualificado para tecer considerações de comparação entre CTDI e LCI. No entanto acredito que há um deficit na visão estratégica, a longo prazo, para as profissões normalmente associadas tanto à LCI como à CTDI e a todas as licenciaturas e pós-graduações que criam profissionais para bibliotecas, arquivos, centros de documentação e actividades conexas. Pelo que me apercebo, ao investigar os currículos em prática na esmagadora maioria das licenciaturas, pós-graduações, e até nos programas de MLIS americanos, ainda persiste a tendência para produzir diplomados que teriam, há quinze anos, enfrentado com êxito as mais difíceis entrevistas para empregos de alto-nível; todavia, se estas competências já não são suficientes hoje em dia, muito menos o serão daqui a cinco ou dez anos! Sinto que é mais importante que o currículo das licenciaturas e pós-graduações, e a própria imagem que os profissionais da área têm da profissão, se adeqúe a novas realidades e necessidades. Acima de tudo, continua a ser necessário um maior entrosamento com a informática. As normas que proporcionam “job security” no mundo da informação para os próximos cinco anos serão provavelmente “BPMN” e “XSLT”, associadas à “ISAD” e ao “uniMARC”. O profissional de informação que queira estar no activo daqui a dez ou vinte anos tem de dominar minimamente estas quatro competências hoje, sob pena de não conseguir acompanhar o que vem aí nos próximos 10 anos. Há muito que uma licenciatura na área de BAD não é uma boa opção para quem a procurar por gostar de literatura. Muito pelo contrário, a necessidade de dominar vários dialectos de modelação de estruturas de dados, e de processos de negócio, em “UML” devia ser publicitada aos quatro ventos! Esta é uma atitude que quero ver na base dos currículos nas licenciaturas nacionais e europeias. Os licenciados destes cursos não têm nada a temer se, entendendo que é impossível às universidades anteverem quais serão as job-descriptions a que concorrer daqui a dez anos, assumirem que o sucesso vai sempre depender da sua capacidade individual de aprendizagem permanente e autónoma.

Entrevista Newsletter CI: Bibliotecas, Web 2.0 e Bibliotecas 2.0

By | 10 de Agosto de 2009

Newsletter CI: O que altera nas bibliotecas que aplicam a web 2.0? Como pode ser esta aplicada por estas instituições? Que ganhos visíveis podemos ter? Júlio dos Anjos: Para reflectir sobre o impacto da Web 2.0 nas bibliotecas há que colocar três conceitos em perspectiva: Web 2.0, Bibliotecas que usam Web 2.0 e Bibliotecas 2.0. – Web 2.0: Ao abrigo da vaga de ideias a que se chamou Web 2.0 geraram-se um número infinito de ferramentas fáceis de usar para a colocação de conteúdos na Web. Estas ferramentas destroem as barreiras de entrada à presença na Web de qualquer instituição/ideia que se queira aí ver expressa. Não só a presença, mas a presença rica em formas de expressão como o texto, áudio, vídeo, etc. – Bibliotecas que usam Web 2.0: Estas ferramentas são gratuitas, são fáceis de usar, contribuem para a prestação de serviços de comunicação e exposição das unidades documentais com regularidade. A biblioteca tem de se expandir e tornar visível no ambiente em que os utilizadores passam o tempo, e hoje em dia cada vez mais utilizadores passam cada vez mais tempo na internet. A biblioteca tem de competir por um segmento da atenção dos seus utilizadores quando estes estão a explorar o mundo via internet! Que razões há para as bibliotecas quererem ser visíveis na Web? Porque a espécie humana continua a ter de obedecer a um ciclo de 24 horas! Simplesmente temos apenas 24 horas de atenção para dispensar ao mundo! Cada vez mais grupos demográficos estão a gastar essas 24 horas em cada vez menos actividades que os ponham em contacto com a biblioteca-edifício. Entendo que a pergunta colocada revela conter a própria resposta: a “que ganhos visíveis podemos ter?” a resposta imediata é: “visibilidade”. E uma vez estabelecido que a biblioteca deve estar presente na Web, entendo que existe a obrigação de fazer essa existência visível por meio de uma presença “regularmente renovada” ao invés de uma página institucional com horários de abertura, dados estatísticos da colecção, história institucional e do edifício, e pouco mais. Veja-se a presença “oficial” da Biblioteca da Ajuda (http://www.ippar.pt/sites_externos/bajuda/index.htm) e a presença “real” da Biblioteca da Ajuda (http://bibliotecadaajuda.blogspot.com)! Qual das duas contribui mais para a execução da missão da Biblioteca da Ajuda? Creio que é a em bibliotecadaajuda.blogspot.com. O uso de ferramentas da Web 2.0 pelas bibliotecas talvez não tenha impacto na qualidade de serviço percebida por 70% dos utilizadores regulares da biblioteca “edifício”, mas estende a nossa influência e torna-nos visíveis a grupos demográficos que de outra maneira chegarão à idade adulta sem nunca ter posto os pés numa biblioteca (a não ser uma biblioteca escolar, para cumprir castigo, o que a longo prazo equaciona, em termos de programação neuro-linguistica, “bibliotecas” com “antecâmaras do serviço prisional”). Dito de uma maneira muito simples: a maior parte das bibliotecas, mais tarde ou mais cedo, acabará por ter um serviço noticioso regular aos seus utilizadores potenciais, via Web, com imagens, fotografias, vídeos, gravações áudio, etc. Não o estar a fazer neste momento e época, é um desperdício de tempo e oportunidade. É continuar a trabalhar à luz da vela, quando há electricidade grátis em todo o lado!!! É certo que as operações de comunicação de qualquer serviço documental não têm de ser operacionalizadas com um blogue no blogspot ou no Sapo; os vídeos da hora do conto ou da palestra do autor famoso não têm de ser apenas de 320 por 240 pontos nem residir no youtube; as fotografias daquela colecção maravilhosa de postais que está no fundo local não têm de estar publicadas no flickr. Podem-se usar várias outras ferramentas, mas é impossível contratar uma plataforma de edição de conteúdos multimédia e a largura de banda, sem passar por um concurso público, abertura de propostas, restrições orçamentais, etc. No entanto, as ferramentas Web 2.0 permitem concretizar a visibilidade do serviço documental, com qualidade mais que razoável e um custo imbatível: € 0! As bibliotecas estão então perante três opções: procuram obter financiamento para uma ferramenta que faça tudo; usam várias plataformas de auto-publicação e repositórios multimédia que existem na Web 2.0; confessam que não há competência para divulgar a biblioteca para além da montagem de expositores no hall de entrada! – Biblioteca 2.0: Se até agora falei do valor táctico da Web 2.0, quero agora diferenciar o conceito que emerge do impacto, não da Web 2.0, mas da mentalidade 2.0, que ao ser adoptada por bibliotecas, as transforma qualitativamente em Biblioteca 2.0; aquela que o Pedro Príncipe dizia que tinha de ser uma “opção ousada”. Uma Biblioteca 2.0 é aquela em que algumas das notícias, publicadas no blogue, para além de serem escritas e assinadas pelo director, têm os comentários dos utilizadores aceites, publicados e respondidos pelo mesmo director à vista da comunidade servida. Uma Biblioteca 2.0 é aquela que, tendo o catálogo acessível na Web, permite comentários aos livros e a possibilidade de os utilizadores valorizarem o prazer que um determinado livro lhes deu. Uma Biblioteca Nacional 2.0 seria aquela que custearia a infra-estrutura de serviços informáticos para que toda esta informação fosse “registável”, “validável” e “trocável” ao longo de toda a Rede Nacional de Leitura. Uma Biblioteca Universitária 2.0 é aquela que permite registar a importância do capítulo 3 de determinado livro para a compreensão de determinado ponto de vista numa disciplina não relacionada, sendo esse registo feito por um professor ou por um aluno. Uma Biblioteca Universitária 2.0 é aquela que permite e põe em evidência, a atribuição de termos de indexação pelos alunos! Um Serviço Documental 2.0 é aquele que não obriga a que um texto de 150 palavras esteja visado por 3 directores e ortograficamente corrigido por 5 pessoas antes de o publicar. Uma Biblioteca 2.0 é a que dialoga, aceita e convida o utilizador a participar nela electronicamente! A maior parte destas actividades nem é nova: a orientação ao serviço ao utilizador, o desenvolvimento promovido em função das necessidades dos utilizadores, a procura de ser um centro da agregador da comunidade, etc. Fazer da biblioteca uma montra da comunidade em que está inserida, sempre foi uma das funções da biblioteca. Deixar os membros da comunidade colocarem “post-it’s” nos livros é que não! Este convite à expressão do utilizador, e a imediata incorporação da sua contribuição é que é pôr “2.0” na “Biblioteca”… e é uma mudança real do conceito de biblioteca, ajustando-a aos novos tempos e possibilidades tecnológicas. A Biblioteca 2.0 corresponde ao afastamento de uma mentalidade da “catedral” e a adopção de uma mentalidade mais própria do “bazar”, uma passagem da mentalidade de rede de “torres” e “bastiões” para uma mentalidade de “nuvem” em que tanto as bibliotecas como os seus utilizadores são “gotas”.

Entrevista Newsletter CI: O blogue

By | 10 de Agosto de 2009

Newsletter CI: No nosso número anterior, Pedro Príncipe disse: “considero que as bibliotecas e os serviços de informação e documentação têm muito a ganhar se forem “ousando” experimentar aplicações 2.0 nos seus meios de informação e comunicação”. O seu blogue, O bibliotecário 2.0, aponta obviamente para a web 2.0 aplicada às bibliotecas. Júlio dos Anjos: O meu blogue descreve principalmente a aventura da construção de um “bibliotecário 2.0”, havendo ainda muito para discutir e investigar sobre o que deverá ser um “bibliotecário” nos tempos do “2.0”,

Entrevista Newsletter CI: O que é a Web 2.0

By | 10 de Agosto de 2009

Newsletter CI: No número anterior entrevistamos Pedro Príncipe, autor do blogue “Rato de Biblioteca”, e acabamos por abordar um pouco a temática da web 2.0. No entanto, gostaríamos de a abordar mais profundamente. Tendo em conta que o nosso público-alvo é bastante generalizado mas que conta com novos alunos da área, explique-nos por favor o que é a web 2.0. Júlio dos Anjos: Concebo Web 2.0 como a denominação normalizada para um fenómeno social na utilização da web em que a interacção entre os utilizadores se caracteriza por um alto nível de partilha e colaboração. Uma parte fundamental desta Web 2.0 é a capacidade de qualquer pessoa poder publicar conteúdos na Web, de um modo fácil. O fenómeno começa por se concretizar com a possibilidade de expressão de opinião pelos “consumidores” com a simples indicação de “gostei/não gostei”; evolui para a expressão de “gostei x numa escala de 0 a 5”; e, finalmente, atinge a capacidade de exprimir opiniões, publicadas ao lado da obra avaliada, ou qualquer manifestação conexa. A pioneira deste fenómeno é a Amazon, que foi também o primeiro grande exemplo de capitalização da opinião dos utilizadores. Já a Google, muito antes, começara a “aproveitar” a actividade de todos os webmasters, usando os termos contidos nos links para um determinado recurso, enriquecendo os seus meta-dados. Assim, todo o material na web tornou-se “encontrável” não apenas pelo seu conteúdo (problema de indexação e recuperação de texto integral há muito resolvido) mas também pelo que se dizia acerca dele na Web. Este salto quântico na “findability” nunca foi possível nas bibliotecas ou nos arquivos: teria sido necessário que as bibliotecas usassem todos os rabiscos encontrados escritos nas margens de cada livro para enriquecer o catálogo. A disseminação e generalização de acesso à internet por banda larga potenciaram a participação generalizada do público com a distribuição maciça de conteúdos pelos internautas, para consumo de outros internautas. Este fenómeno começou por revelar-se no Flickr e tem o seu apogeu nos valores recentemente divulgados pelo YouTube: por minuto são recebidas 13 horas de vídeos! (http://googleblog.blogspot.com/2008/09/future-of-online-video.html).

Entrevista Newsletter CI: Quem é Julio dos Anjos

By | 10 de Agosto de 2009

Newsletter CI: Dando seguimento à entrevista do número passado (nº3, com Pedro príncipe), continuamos a abordar um pouco a temática da web 2.0., desta vez com Júlio dos Anjos, autor do blogue Bibliotecário 2.0. Júlio, agradecemos antes de mais a sua disponibilidade e o facto de ter aceite contribuir para a Newsletter de CI. Comecemos por uma breve biografia sua. Júlio dos Anjos: Júlio dos Anjos é um profissional de TIC com experiência na área desde 1980 (1º computador), exercendo actividade profissional em TIC desde 1982 (1º emprego em computadores), e área das documentação-informação desde 1990, quando co-funda e assume o cargo de director técnico da Lusodoc. Em 2004 iniciou a “aventura” de obter uma licenciatura em Ciências da Documentação e Informação, tendo-se inscrito e frequentado a Licenciatura de CTDI da ESEIG. Está neste momento a frequentar a Pós Graduação em Sistemas de Informação do Instituto Superior Técnico. É editor de vários blogues, entre eles o “Bibliotecário 2.0 (RC)”, fundado em Maio de 2006, e é o criador do serviço “Bibliorandum”. É membro da INCITE desde 2004, tendo participado na sua direcção, onde presentemente desempenha o cargo de Vice-Presidente.