TEDxLisboa

By | 15 de Agosto de 2010

Escrevo estas linhas no comboio das 20 para o Porto, depois de um Sábado muito bem passado a assistir ao evento TEDxLisboa, em boa hora organizado por Cristina Marques da Silva, da Eureekka, com a colaboração de muita gente e parceiros (equipa excepcional).

O grande herói do dia, o Sr. Joaquim Casado (fiquei com muita pena de, em tempo oportuno não me ter envolvido, no projecto que levou Victor Hugo Marques para a Ericeira), foi alvo de uma ‘flash mob’ quando foi aplaudido. Desde os minutos iniciais da sua intervenção que, por twitter, a assistência já lhe votava  uma ovação de pé. Foi aliás várias vezes aplaudido, e muito bem. A história deste homem e do seu percurso como autarca devia ser registada e difundida. Se já o fizeram e não dei conta disso por favor esclareçam-me. É o exemplo perfeito de que as coisas fazem-se fazendo!

Outra das grandes intervenções foi a de António Barreto, que entre outras coisas falou da PorData. Espero ansiosamente pelos cadernos de ensaios que começarão a ser editados em breve.

A Maria Conceição (Dhaka Project) foi uma revelação para mim.

A música e performance de NOISERV foi um espanto…. a fazer lembrar Mike Oldfield em Magnetic Fields (cuja técnica aliás usa). Ainda no campo das introduções musicais que abriram cada segmento, quero também destacar a de Natália Juskiewicz, que abriu o palco, logo de manhã: é uma menina que canta fado, mas em vez das cordas vocais, usa VIOLIONO…. sendo obviamente acompanhada à guitarra e à viola como fica bem a todo o fado.

A intervenção mais perturbadora para mim foi a de João Nogueira Santos, que acusou todos e cada um dos presente de ser responsável pelo estado miserável a que a política portuguesa chegou… precisamente por falta de participação dos cidadãos, como nós. Aliás, o sentido com que as palavras agora me soam na memória, nem foi o de “Falta de Participação” mas “Demissão” .

Estranhamente sinto que nenhum partido me quereria para militante…  acho mesmo que nenhum  aparelho  partidário quer aderentes com ideias fortes, independência financeira, gosto pelo debate e troca de ideias, etc… que queiram militar. Mas a verdade é que cada cidadão confia aos partidos políticos a produção e apresentação de lideres políticos à votação em eleições, que depois se tornam administradores do nosso país, e portanto, de todos nós. 

Não está certo reclamarmos e demitirmos nos de responsabilidades no estado político, económico e social presente… depois de termos recusado participar no processo. E não estou a falar só de eleições legislativas. Pelas contas de Nogueira Santos os lideres que foram postos à consideração foram seleccionados em eleições internas (as ‘directas’ intra-partidárias) onde apenas 0.6% da população portuguesa participou.

Não tenho intenção de me inscrever em qualquer partido. Ainda estou especificamente traumatizado pelo ainda recente artigo de Pacheco Pereira sobre a vida das Distritais e das Concelhias. Mas permaneço indisposto com esta minha posição… que tentarei colmatar continuando a dedicar-me ao associativismo.

Quem precisar de actividades colectivas para qualquer idade,  falem com o Rodrigo Viterbo sobre o fabrico artesanal de Didgeridoo’s!

Luís Rasquilha: Grande pedagogia…  e fazê-lo onde o fazes é 1000 vezes mais  valoroso do que se o fizesses em Lisboa ou no Porto!!!

PS: Também lá encontrei um POSIano, com um canal twitter muito activo e acutilante.